O que esperar de The Last of Us, a grande série de janeiro?
A série que vai arrancar o ano e aquelas que me disseram muito em 2022.
Feliz ano novo e todas essas coisas que tendemos a dizer até lá para meados fevereiro, muito por culpa da malta que tira férias nas duas primeiras semanas de janeiro (como eu) e está durante esse tempo sem ver os colegas (também eu).
Um resumo possível, limitando-me apenas ao meio, é este: fez-se e viu-se boa televisão ao longo do ano.
Prova disso é o facto de as listas das melhores séries de 2022 — feitas pelas diversas publicações de referência e respetivos críticos ou entusiastas — serem relativamente diversificadas. Haverá duas ou três séries específicas que constam em todas as listas, claro, mas nem todas.
E mesmo as listas que referem as séries do costume (em 2022, houve três: Better Call Saul, The Bear e Severance), a organização, a ordem, enfim, o top, é diferente.
Tudo sinais saudáveis numa altura em que a indústria ainda está a recuperar do impacto da COVID-19. “Mas e a tua lista, pá?”. Vai agora, vai agora.
👉 Better Call Saul (Netflix)
👉 The Bear (Disney+)
👉 Severance (Apple TV+)
👉 Barry (HBO Max)
👉 Winning Time (HBO Max)
👉 Causa Própria (RTP Play)
👉 Abbott Elementary (Disney+)
👉 Tokyo Vice (HBO Max)
👉 We Own This City (HBO Max)
👉 The Dropout (Disney+)
Menções honrosas, e obrigatórias, às novas temporadas de Hacks e The White Lotus (ambas da HBO Max), mas também às estreias absolutas de Andor (Disney+) e The Rehearsal (HBO Max).
Sobre esta última, vou arriscar dizer só isto: há qualquer coisa na melancolia e no sentimento de não pertença de Nathan Fielder que me atrai, mas também faz mossa, pelo que recomendo cautela na empreitada — apesar do humor (e há muito) que está metido lá pelo meio.
Que 2023 seja igualmente bom.
Vai ser.
The Last of Us ou uma história sobre pessoas num mundo ao contrário
O ano vai começar com uma estreia gigante.
The Last of Us, a série que adapta o videojogo de culto, chega à nossa HBO Max a 16 de janeiro.
O elenco? De luxo. Ora apontem: Pedro Pascal (The Mandalorian, que regressa em março, já agora), Bella Ramsey (A Guerra dos Tronos), Gabriel Luna (Agents of S.H.I.E.L.D.), Anna Torv (Mindhunter), Murray Bartlett (The White Lotus), Nick Offerman (sim, esse mesmo), entre outros.
A equipa criativa?
É aqui que isto fica ainda melhor ao ter dedo de Craig Mazin (Chernobyl) e Neil Druckmann (criador do videojogo). Entre os produtores executivos, há um nome que vale a pena destacar — Carolyn Strauss, que até 2008 foi responsável pela divisão de Entretenimento da HBO e encomendou séries como, preparem-se, Os Sopranos, Sete Palmos de Terra, O Sexo e a Cidade ou The Wire. É muito ouro num só currículo.
Dá para perceber a histeria coletiva em que estamos, certo?
A série, vou dizê-lo sem medos, vai ser uma das grandes do ano. Tem a equipa certa para o conseguir e, mais importante ainda, uma base sólida — o jogo de culto é amado pelos fãs do género, embora eu o ache extremamente sobrevalorizado (ao contrário do segundo que, esse sim, é uma obra-prima) — para construir uma produção capaz de limpar os prémios.
É sempre arriscado fazer futurologia, mas se me enganar, tenho a certeza de que recordarão disso várias vezes. 😁
“Mas essa coisa tem zombies?”.
Não que interesse muito, mas, na verdade, tratam-se de pessoas infetadas por uma mutação de um fungo que as transforma em monstros maus e feios — pondo o mundo de pernas para o ar e acabando com a maior parte da população mundial.
No meio de tudo isto, há pessoas que precisam umas das outras. Não para reverter o que quer que seja, embora se tente, mas para trazer algum sentido ao caos instaurado. Pensem em The Last of Us não como uma The Walking Dead de melhor qualidade, mas como uma espécie de The Leftovers com,
👉 Desenvolvimento de personagens ao longo de toda a temporada;
👉 Uma história arrastada, com ação a espaços, mas essencialmente um slow burner;
👉 Personagens complexas que atuam sobre zonas cinzentas;
👉 Uma história de dor, luto e humanidade;
👉 Ansiedade generalizada a cada cena. É que os “zombies” desta série nem sempre são os mais perigosos.
Vai valer a pena. Confiem.
Até lá, ver o quê?
Vão gostar de saber destas belas coisinhas que acabaram de chegar aos nossos serviços de streaming.
👉 Tulsa King, na SkyShowtime. Não é brilhante, mas entretém e vale por um Sylvester Stallone em grande forma na pele de um gangster old school acabado de sair da prisão. Para fãs d’Os Sopranos, Boardwalk Empire, O Padrinho e essas coisas com tipos que estariam melhor a fazer terapia do que a estragar a vida aos outros.
👉 Atlanta, na Disney+. A série de culto de Donald Glover está, finalmente, disponível em streaming em Portugal e de forma legal. E já com a última temporada.
👉 24, na Disney+. Não há muito a dizer sobre isto. A verdadeira 24 e não aquele spin-off estranho de 2017, também na Disney+, do qual ninguém se lembra muito bem.
Feliz ano novo e boas séries.