Se é para ficar em casa, que seja em boa companhia. 25 séries para ver nos próximos tempos
Da comédia ao drama, deixo-vos algumas das minhas sugestões favoritas para não desesperarem em casa.
Olá.
Vivemos tempos complicados e tudo lá fora parece demasiado assustador. Mas vai passar. Quer estejam mais ou menos preocupados, protejam-se. A vocês e aos outros. Fiquem em casa, cancelem as vossas viagens, limitem o vosso contacto social ao estritamente necessário e não desesperem. Vai passar. Prometo.
Dada a conjuntura atual, tomei a iniciativa de compilar uma edição especial da newsletter, mais imediata e de fácil leitura, com sugestões de várias séries para ver nesta altura.
É suposto ter pouco texto para que a possam guardar e ir abrindo à medida que forem despachando algumas das recomendações que coloquei aqui. É o mínimo que posso fazer.
Além disso, vou estar deste lado para quem quiser desabafar, conversar ou só dizer olá. Podem enviar-me mensagem privada pelo Twitter (as mensagens estão abertas a todos os utilizadores) ou responder a este e-mail. Estamos juntos. Todos.
Be safe.
1. “The Good Place” (Netflix)
Leve, divertida e otimista em que as personagens tentam sempre ser um bocadinho melhor do que aquilo que eram. Aquece o coração nesta altura em que tudo parece assustador lá fora.
2. “Brooklyn Nine-Nine (Netflix)
Também tem mão do Michael Schur (de “The Good Place”) que aqui aplica a mesma ideia, mas a uma esquadra de polícias. Ao início, o humor é capaz de parecer um bocadinho tosco, mas insistam porque fica formidável.
3. “Line of Duty” (Netflix)
Série britânica que põe polícias contra polícias. Acompanha os esforços do departamento de anti-corrupção e é de Jed Mercurio (o mesmo que escreveu “Bodyguard”). A história muda a cada temporada, mas está sempre interligada.
4. “Fosse/Verdon” (HBO)
Conta o romance conturbado da dupla criativa Bob Fosse e Gwen Verdon. Já não sei quem escreveu isto, mas concordo: a série consegue ser mais “Marriage Story” do que o próprio “Marriage Story”.
5. “Feud” (HBO)
Acompanha a eterna rivalidade entre Bette Davis e Joan Crawford que se acentuou quando ambas protagonizaram o filme “What Ever Happened to Baby Jane?”, de 1962, que viria a ser nomeado para vários Óscares.
6. “The Sopranos” (HBO)
O chefe de uma das maiores organizações criminosas de New Jersey vai ao psicólogo e, no processo, obriga-nos a olhar para nós próprios. Trágica e hilariante, é um dos clássicos que recomendo que todos vejam.
7. “Modern Love” (Amazon)
A série fofinha que é inspirada na famosa coluna do “The New York Times”, na qual os leitores contam as suas histórias de amor neste mundo frenético e globalizado. Cada episódio é uma história, mas no final está tudo interligado.
8. “Sally4Ever” (HBO)
Uma mulher vive uma relação aborrecida há 10 anos com um tipo tosco e, a certa altura, troca-o por uma atriz carismática que lhe mostra um mundo repleto de aventuras, intensidade e sexo louco. Daquelas comédias pouco faladas por cá.
9. “Barry” (HBO)
Um assassino contratado viaja até Los Angeles para matar um alvo. O hilariante é que, a meio da missão, decide que quer ser ator numa companhia de teatro. É uma comédia que leva ao choro e, logo a seguir, ao riso numa questão de segundos.
10. “Derry Girls” (Netflix)
História sobre o que é ser adolescente num contexto político e cultural de grande tensão em que a Irlanda do Norte sofre bombardeamentos de vários grupos paramilitares. Apesar do tema, é uma comédia muito bem feita, hilariante e completamente ácida.
11. “Love” (Netflix)
Um nerd apaixona-se por uma manipuladora que acaba por ver naquele rapaz desajeitado e tontinho a solução para a sua vida problemática e instável. Porque já todos fomos o totó de “Love”, vejam-na.
12. “The Morning Show” (Apple TV+)
Aqui o foco é os bastidores de um canal americano, líder de audiências, que se vê a braços com um escândalo sexual a envolver um dos pivôs. Junta Jennifer Aniston, Reese Witherpoon, Steve Carell e é para quem tem saudades de coisas como “The Newsroom”.
13. “Huge in France” (Netflix)
Gad Elmaleh é um humorista conhecido e com sucesso em França, mas ninguém sabe quem ele é nos EUA e passa a ser tão irrelevante como qualquer outro humorista de segunda. É a versão mais leve e goofy de “After Life”.
14. “Fleabag” (Amazon)
A protagonista, que vive nos subúrbios de Londres, embarca numa descoberta pessoal e sexual intensa. E representa cada um de nós na busca de resposta às perguntas “quem somos?” e “para onde caminhamos?”. Varreu os Emmys.
15. “Succession” (HBO)
Para os que gostam de jogos de poder e momentos de tensão a cada episódio. Acompanha a família Roy, que procura herdar o império dos media do pai. Cada vez mais debilitado, este deixa a empresa aos filhos… mas afinal não deixa.
16. “Veep” (HBO)
A ascensão de uma política à vice-presidência dos EUA é tudo o que Selina (Julia Louis-Dreyfus) nunca contava que fosse. Comédia ácida, satírica e repleta de facadas nas costas. Deliciosa, portanto.
17. “Lilyhammer” (Netflix)
Um gangster da máfia italiana vira bufo e é recambiado para a Noruega como parte do programa de testemunhas. É lá que tentar levar uma vida honesta, mas o dinheiro e o poder são mais apetecíveis. Uma comédia fantástica protagonizada por Steven Van Zandt (que foi Silvio em “The Sopranos”).
18. “Westworld” (HBO)
Um parque temático criado de humanos para humanos, onde violar, matar e profanar os hóspedes, ou robôs, é permitido. Mas e quando estes ganham consciência e questionam a sua existência? A terceira temporada estreia-se a 17 de março. Para fãs da série, espreitam o podcast As Vozes da Dolores, do Manuel Reis, que também regressa nessa altura.
19. “Fariña” (Netflix)
Série galega que tem tudo aquilo que fãs de “Narcos” procuram: histórias com traficantes, relações de poder, violência e tensão. E melhor ainda: baseada numa história real, sobre o início de tráfico de cocaína que começou a chegar à Europa através da Galiza.
20. “Hinterland” (Netflix)
Típica série de polícias à procura de assassinos violentos e macabros. Tal como “Broadchurch”, o ponto forte está nas paisagens (neste caso, do País de Gales) e da figura do inspetor sofrido com um passado negro e misterioso. Está demasiado escondida na Netflix, injustamente.
21. “Special” (Netflix)
História autobiográfica de Ryan O’Connell, um jovem homossexual que sofre de paralisia cerebral, onde se aborda o combate aos medos com que o ator teve de aprender a crescer: a homofobia e a exclusão por ser portador de uma deficiência.
22. “Band of Brothers” (HBO)
Das séries mais épicas alguma vez feitas. Acompanha o esforços da Easy, a companhia área de paraquedistas dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial na Europa. O que sinto de todos aqueles que a vão ver pela primeira vez é inveja.
23. “The Terror” (Amazon)
Inspirada numa história real, conta a expedição da marinha real britânica para descobrir a Passagem do Noroeste no Ártico. Spoiler: não correu bem e a tripulação ficou presa no gelo. É aí que é obrigada a sobreviver ao frio, à falta de recursos e a uma figura misteriosa que nunca se vê e que é mortífera.
24. “Broadchurch” (Netflix)
Um miúdo aparece morto na praia de uma pequena vila inglesa e descobre-se que os habitantes têm um segredo mais ou menos obscuro. Qualquer um deles pode ser o assassino. É a típica investigação de dois detetives, protagonizados pelos excelentes David Tennant e Olivia Colman.
25. “The Night Of” (HBO)
Conta a história de um rapaz muçulmano que é preso depois de a mulher com quem teve uma one-night stand aparecer morta. O final é um bocadinho como a vida: agridoce, ruim e frustrante. Mas talvez por isso tenha sido tão real e tão bom.